Gimeno Sacristán nos lembra que “por vezes complicamos um pouco as coisas para entender sua óbvia simplicidade. Em outros casos, de tal forma as emaranhamos que acabamos por esquecer como eram, de fato, simples. Temos esta sensação ao falar de Currículo”. " (SACRISTÁN, Gimeno. El curriculun com a text de l’expèriencia. De la qualitat de l’ensenyament a la de l’aprenentage. In BONAL, X. ESOMB, M. A. e FERRER, F. (coord). Politica educativa i igualtaat d’oportunitatas. Barcelona: Mediterrània, 2004, 177). Por currículo, Sacristán (Op. Cit.) entende um texto tecido pelas diversas ações educativas: as intenções dos que desejam influenciar os outros para que construam em si um determinado modelo, o próprio modelo que se deseja desenvolver no outro e os planos que se elaboram a fim de que esse processo ocorra.
Como texto somente se torna realidade educativa quando convertido em ações. As ações produzidas pelo texto, no ato da leitura, os estudos textuais denominam, usualmente, discurso. Poderíamos dizer, seguindo o raciocínio de Sacristán, que a prática do currículo é a construção do próprio discurso educacional.
Todo discurso, é atravessado por um complexo jogo de interesses, valores e ideologias. O discurso, inclusive o discurso educativo, é orientado (...) não somente porque é concebido em função do propósito do locutor, mas também porque ele se desenvolve no tempo. O discurso se constrói, com efeito, em função de um fim, considera-se que vai chegar a alguma parte”. (CHAREDEAU. P. & MAINGUENEAU, D, 2004, p. 170)
Orientado a um fim, o discurso educativo, tal como assumido pela prática do currículo na escola, desvela a distância entre o que se pretende ensinar e o que de fato se aprendeu. Não é difícil concluir que a validade do discurso educativo se justifica na aprendizagem real daqueles que estão em condição de alunos (SACRISTÁN 2004).
Orientado a um fim, o discurso educativo, tal como assumido pela prática do currículo na escola, desvela a distância entre o que se pretende ensinar e o que de fato se aprendeu. Não é difícil concluir que a validade do discurso educativo se justifica na aprendizagem real daqueles que estão em condição de alunos (SACRISTÁN 2004).
A prática curricular, tanto as ações como os conteúdos, pode revelar-se diferente daquele fim que se assume como intenção do educador, isso traz a tona a necessidade de analisar os efeitos do currículo naqueles que se assumem como alunos, em particular no como tais efeitos vieram a se ocorrer. Essa é a investigação da própria metodologia assumida como parte do currículo. Assim, a prática de ensino é também parte do Currículo, intrinsecamente associada a ele. Não se pode discutir o que ensinar, sem discutir ao mesmo tempo o como ensinar.
Tão simples como isso!
Estive aqui bebendo um pouco da sua sabedoria. Abraço Ademar!! - Professor - Salesiano - Sorocaba
ResponderExcluirSeja sempre bem-vindo. Este é um espaço nosso!
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirAdorei o artigo. Você poderia me fornecer o nome do livro para eu obter a referência na integra de CHAREDEAV & MAINGUENEAUD,2004?
Eu tô fazendo minha monografia em AD e este artigo me ajudou muito.
Um abraço,
Jacqueline Santana -Recife-PE