3 de setembro de 2012

A LINGUAGEM VAI À ESCOLA

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), para a área Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, a linguagem é considerada como a capacidade humana de articular significados coletivos em sistemas arbitrários de representação, que são compartilhados e que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade.
Nessa direção e em outras palavras, consideramos a linguagem como o trabalho coletivo e individual que se faz com o código na construção social e pessoal dos indivíduos. Por código um conjunto regras que organizam e combinam os signos. O signo é compreendido, essencialmente, por uma combinação entre um significante, ou seja, a parte perceptível pelos sentidos, e o significado o valor que se atribui (por uma convenção social) ao significante, ou seja, aquilo que se entende quando se usa o signo.
O jogo de futebol apresenta um código, ou seja, um conjunto de regras ou código que foi chancelada pela FIFA (Fédération Internationale de Football Association). Essas regras são bem definidas e nos dizem, por exemplo, que uma “partida será jogada por duas equipes formadas por um máximo de 11 jogadores cada uma, dos quais um jogará como goleiro. A partida não se iniciará se uma das equipes tiver menos de sete jogadores”. Mas, o que se faz com esse código, no cotidiano, é que, efetivamente, se constituirá na linguagem futebolística. Por exemplo, uma partida entre amigos, no final de semana, no campinho antes de um churrasco, em que haja dois times de 6 componentes poderá, ainda assim, ser considerada uma partida de futebol? E se houver algumas mulheres que queiram jogar, essas regras poderão ser alteradas? Será a mesma coisa se estivermos agora pensando na final do campeonato da Taça Libertadores?
Pela linguagem, os indivíduos constituem outros e se constituem. Pelo modo como se apropriam do código, ou seja, das regras de futebol, é que saberemos que nosso amigo, na partida amistosa do domingo, é bom jogador, flexível, respeitoso, colérico, egoísta, cooperador etc.
A língua portuguesa é código, que se materializa, principalmente, na gramática, e linguagem, que é a realização desse código nas muitas e diferentes situações do cotidiano. A linguagem deve ser estudada nas relações entre a ação e o código. A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido e são os atos de linguagem que devem ocupar o centro das preocupações das aulas da área de Linguagem, Códigos e Suas Tecnologias.

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