Nessa direção e em outras palavras,
consideramos a linguagem como o trabalho coletivo e individual que se faz com o
código na construção social e pessoal dos indivíduos. Por código um conjunto
regras que organizam e combinam os signos. O signo é compreendido,
essencialmente, por uma combinação entre um significante, ou seja, a parte
perceptível pelos sentidos, e o significado o valor que se atribui (por uma
convenção social) ao significante, ou seja, aquilo que se entende quando se usa
o signo.
O jogo de futebol apresenta um código, ou
seja, um conjunto de regras ou código que foi chancelada pela FIFA (Fédération
Internationale de Football Association). Essas regras são bem definidas e nos
dizem, por exemplo, que uma “partida será jogada por duas equipes formadas por
um máximo de 11 jogadores cada uma, dos quais um jogará como goleiro. A partida
não se iniciará se uma das equipes tiver menos de sete jogadores”. Mas, o que
se faz com esse código, no cotidiano, é que, efetivamente, se constituirá na
linguagem futebolística. Por exemplo, uma partida entre amigos, no final de
semana, no campinho antes de um churrasco, em que haja dois times de 6
componentes poderá, ainda assim, ser considerada uma partida de futebol? E se
houver algumas mulheres que queiram jogar, essas regras poderão ser alteradas?
Será a mesma coisa se estivermos agora pensando na final do campeonato da Taça
Libertadores?
Pela linguagem, os indivíduos constituem
outros e se constituem. Pelo modo como se apropriam do código, ou seja, das
regras de futebol, é que saberemos que nosso amigo, na partida amistosa do
domingo, é bom jogador, flexível, respeitoso, colérico, egoísta, cooperador
etc.
A língua portuguesa é código, que se
materializa, principalmente, na gramática, e linguagem, que é a realização
desse código nas muitas e diferentes situações do cotidiano. A linguagem deve
ser estudada nas relações entre a ação e o código. A principal razão de
qualquer ato de linguagem é a produção de sentido e são os atos de linguagem
que devem ocupar o centro das preocupações das aulas da área de Linguagem,
Códigos e Suas Tecnologias.
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