O capítulo “Escrever é diferente de falar” diferencia fala e texto escrito, e não ‘ensina erros’, como tem sido divulgado.
Recentemente acompanhamos, pela mídia, denúncias de material didático (o livro Por uma vida melhor) que ‘ensina o erro de português’, material que ensina não haver qualquer erro em se falar “os livro”.
Como professores, devemos estar sempre atentos à qualidade da educação promovida entre dos jovens a nós confiados. Porém, pelo mesmo motivo, é apropriado também valorizar a defesa da verdade.
Neste caso, temos bons motivos para considerar que as denuncias não procedem. Não é como afirmado pelos veículos noticiosos que o material didático em questão aborda o tema, como se a norma padrão da língua portuguesa não tivesse valor e devéssemos nos expressar de qualquer modo. A escola ainda é - e, por muito tempo, o será - o espaço privilegiado para aprender a variante padrão da língua materna.
A Organização Ação Educativa deixou à disposição o capítulo “Escrever é diferente de falar”, do livro que gerou toda essa discussão. É possível comprovar fazendo a leitura especificamente da página 15:
http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/V6Cap1.pdf.
[Basta clicar em cima do link. Se ele não abrir, copie-o e cole-o em nova página]
A variação linguística existe e é um conhecimento da linguagem que merece ser estudado por um currículo competente. Neste caso, a situação é ainda mais pertinente porque o material se destina ao EJA (Educação de Jovens e Adultos) e não ao ensino regular. O EJA é um segmento educacional com características próprias que redimensionam de modo ainda mais particular a discussão que o livro promove sobre ‘preconceito linguístico’. Como o mesmo livro menciona: “O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião”.
18 de maio de 2011
13 de maio de 2011
A COMUNICAÇÃO É CAMPO DE INTENCIONALIDADES
Quando você pergunta para um colega se ele está bem, você está sendo o locutor ou, enunciador de uma mensagem e seu colega, respectivamente, o interlocutor. Claro que na hora que o seu colega lhe responde, os papéis se invertem e você passa a ser o interlocutor e o seu colega o locutor. Nessa simples conversa, porém, há uma intenção, um comportamento esperado, o desejo de manter contato com o outro.
O papel do interlocutor não é o de simplesmente receber a mensagem. Pois, à medida que a recebe, interfere no locutor, chegando até mesmo a muda essa mensagem radicalmente. Pense, por exemplo, em uma criança contando para a mãe uma mentira. A mãe que é a receptora da mensagem, começa a fazer uma expressão de quem não está acreditando muito.
O que costuma a fazer uma criança nessa situação? Continua contando a mentira normalmente ou procurara alterá-la para que fique mais convincente?
Todo aquele que se comunica – falando, pintando, escrevendo, dançando etc. – tem sempre uma intenção ou intencionalidade comunicativa. Ele não está apenas querendo transmitir uma mensagem, mas interagir com o outro. Toda interação por meio da linguagem tem sempre uma intenção de modificar o comportamento ou o pensamento de nosso interlocutor. A isso chamamos intencionalidade do discurso ou do ato de comunicação.
Uma ação simples, como ir ao cinema, exige tomar uma série de outras ações que envolvem a linguagem: como conseguir os ingressos, como chegar ao local, se haverá necessidade de ler as legendas etc. Cada uma dessas pequenas ações pede que adequemos a nossa linguagem e outros recursos de comunicação.
O uso de estratégias de interação entre o interlocutor que produz o texto e aquele que o vai usar é ainda mais complexo ao pensarmos no texto escrito. Isso porque pode passar-se muito tempo entre as circunstâncias de escrita, o que chamamos de contexto de produção, e as circunstâncias de leitura, ou contexto de uso. As diferenças espaciais e temporais certamente interferem na produção de sentidos
Saber lidar com as intencionalidades comunicativas nos permite impressionar, implorar, pedir, questionar, ofender e um longo etc. Compreendendo a intenção comunicativa do texto, podemos também escolher até que ponto desejamos participar no processo comunicativo. Podemos também compreender até que ponto podemos esperar a participação do outro.
Um dos grandes desafios de quem produz um texto é fazer o locutário cooperar. Em outras palavras, fazê-lo com que esteja disposto a interpretar o texto de acordo com as intenções do locutor.
O papel do interlocutor não é o de simplesmente receber a mensagem. Pois, à medida que a recebe, interfere no locutor, chegando até mesmo a muda essa mensagem radicalmente. Pense, por exemplo, em uma criança contando para a mãe uma mentira. A mãe que é a receptora da mensagem, começa a fazer uma expressão de quem não está acreditando muito.
O que costuma a fazer uma criança nessa situação? Continua contando a mentira normalmente ou procurara alterá-la para que fique mais convincente?
Todo aquele que se comunica – falando, pintando, escrevendo, dançando etc. – tem sempre uma intenção ou intencionalidade comunicativa. Ele não está apenas querendo transmitir uma mensagem, mas interagir com o outro. Toda interação por meio da linguagem tem sempre uma intenção de modificar o comportamento ou o pensamento de nosso interlocutor. A isso chamamos intencionalidade do discurso ou do ato de comunicação.
Uma ação simples, como ir ao cinema, exige tomar uma série de outras ações que envolvem a linguagem: como conseguir os ingressos, como chegar ao local, se haverá necessidade de ler as legendas etc. Cada uma dessas pequenas ações pede que adequemos a nossa linguagem e outros recursos de comunicação.
O uso de estratégias de interação entre o interlocutor que produz o texto e aquele que o vai usar é ainda mais complexo ao pensarmos no texto escrito. Isso porque pode passar-se muito tempo entre as circunstâncias de escrita, o que chamamos de contexto de produção, e as circunstâncias de leitura, ou contexto de uso. As diferenças espaciais e temporais certamente interferem na produção de sentidos
Saber lidar com as intencionalidades comunicativas nos permite impressionar, implorar, pedir, questionar, ofender e um longo etc. Compreendendo a intenção comunicativa do texto, podemos também escolher até que ponto desejamos participar no processo comunicativo. Podemos também compreender até que ponto podemos esperar a participação do outro.
Um dos grandes desafios de quem produz um texto é fazer o locutário cooperar. Em outras palavras, fazê-lo com que esteja disposto a interpretar o texto de acordo com as intenções do locutor.
11 de maio de 2011
INTENCIONALIDADE DISCURSIVA E INTERAÇÃO
Intencionalidade discursiva são as intenções, explícitas ou subentendidas, presentes na linguagem dos interlocutores que participam numa determinada situação comunicativa.
Uma roda de amigos num barzinho pode não ser a ocasião de repetir conhecimento cultural erudito.Toda interação por meio da linguagem tem sempre uma intenção de modificar o comportamento ou o pensamento de nosso interlocutor que deve ser pensado em um contexto de tempo e espaço. A isso chamamos intencionalidade discursiva.
Saber lidar com a intencionalidade discursiva permite que possamos utilizar a linguagem de acordo com as diferentes situações sociais em que nos vemos envolvidos. Por meio da intencionalidade discursiva podemos impressionar, implorar, pedir, questionar, ofender e um longo etc.
A intencionalidade discursiva nos obriga a levar em conta diversos componentes da situação comunicativa:
quem fala,
para quem se fala;
em que contexto se fala.
O uso de estratégias de interação entre o interlocutor que produz o texto e aquele que o vai usar é ainda mais complexo ao pensarmos no texto escrito. Isso porque pode passar-se muito tempo entre as circunstâncias de escrita, o que chamamos de contexto de produção, e as circunstâncias de leitura, ou contexto de uso. As diferenças espaciais e temporais certamente interferem na produção de sentidos.
Nós sempre nos comunicamos para um outro, que pode ser uma outra pessoa ou um grupo de pessoas. Por isso ao lermos ou elaborarmos um texto, nunca podemos esquecer de esse texto faz parte de uma realidade maior, social, histórica e lingüística, da qual nós também somos uma parte. Ou seja, devemos levar em conta o contexto social, histórico e cultural ao produzirmos ou interpretarmos um texto. A língua não existe somente para uma pessoa e, por isso mesmo, devemos levar sempre em conta o outro ao falarmos e ao escrevermos.
Uma roda de amigos num barzinho pode não ser a ocasião de repetir conhecimento cultural erudito.Toda interação por meio da linguagem tem sempre uma intenção de modificar o comportamento ou o pensamento de nosso interlocutor que deve ser pensado em um contexto de tempo e espaço. A isso chamamos intencionalidade discursiva.
Saber lidar com a intencionalidade discursiva permite que possamos utilizar a linguagem de acordo com as diferentes situações sociais em que nos vemos envolvidos. Por meio da intencionalidade discursiva podemos impressionar, implorar, pedir, questionar, ofender e um longo etc.
A intencionalidade discursiva nos obriga a levar em conta diversos componentes da situação comunicativa:
quem fala,
para quem se fala;
em que contexto se fala.
O uso de estratégias de interação entre o interlocutor que produz o texto e aquele que o vai usar é ainda mais complexo ao pensarmos no texto escrito. Isso porque pode passar-se muito tempo entre as circunstâncias de escrita, o que chamamos de contexto de produção, e as circunstâncias de leitura, ou contexto de uso. As diferenças espaciais e temporais certamente interferem na produção de sentidos.
Nós sempre nos comunicamos para um outro, que pode ser uma outra pessoa ou um grupo de pessoas. Por isso ao lermos ou elaborarmos um texto, nunca podemos esquecer de esse texto faz parte de uma realidade maior, social, histórica e lingüística, da qual nós também somos uma parte. Ou seja, devemos levar em conta o contexto social, histórico e cultural ao produzirmos ou interpretarmos um texto. A língua não existe somente para uma pessoa e, por isso mesmo, devemos levar sempre em conta o outro ao falarmos e ao escrevermos.
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