Quero escrever sobre um tema que me 'apoquenta' já há algum tempo... Especialmente, ao trabalhar com os nossos valorosos professores da área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias: Afinal, o que é linguagem quando vou pensar na prática de sala de aula? O que muda entre o que eu aprendi como sendo linguagem e o que eu tenho que, como professor, ensinar?
Definimos linguagem como aquilo que fazemos com os diferentes códigos na sociedade e na construção psíquica do indivíduo. Pela linguagem, os indivíduos constituímos outros e nos constituímos. A linguagem é um trabalho coletivo (discurso) feito com o código e orientado para uma finalidade em situação de uso. Ela se realiza como um espaço psicossocial em que os indivíduos atuam, realizam experiências.
Definimos linguagem como aquilo que fazemos com os diferentes códigos na sociedade e na construção psíquica do indivíduo. Pela linguagem, os indivíduos constituímos outros e nos constituímos. A linguagem é um trabalho coletivo (discurso) feito com o código e orientado para uma finalidade em situação de uso. Ela se realiza como um espaço psicossocial em que os indivíduos atuam, realizam experiências.
E é assim que deve ser estudada, em uma perspectiva de análise linguística. Compreendemos a análise linguística como o processo reflexivo dos movimentos dos recursos lexicais e gramaticais e da construção composicional de textos considerando seu gênero discursivo, suporte, meio/época de circulação e de interlocução (contexto). Relaciona-se às atividades (ações) de leitura e escrita (reescrita).
É ação de reescrita
a refacção de um texto, mas também a compreensão expressiva de uma determinada
palavra em um discurso.
Vejamos o trecho de
um texto, retirado retirado da revista Capricho (http://capricho.abril.com.br/diversao/voce-feia-ou-bonita-416219.shtml):
Você
às vezes se acha bonita e às vezes se acha um bagulho, certo?
Bem... Ou você é um ou outro, minha querida, porque esse papo de ser as duas ao
mesmo tempo é muito profundo e esta matéria aqui tem a profundidade de um
pires!
Não é suficiente que o estudante identifique os adjetivos no texto, a análise linguística em uma perspectiva discursiva leva-nos mais longe, por exemplo:
·
Que diferença faria no texto
substituir o adjetivo “bonita” por “bela”?
·
O que a escolha do termo “bagulho”
nos diz sobre o leitor visado pelo texto? Que outros vocábulos no texto reforçam
essa escolha?· E se o enunciador desejasse dirigir-me a outro público?
Naturalmente, tal
posicionamento obriga-nos a desenvolvermos, em sala de aula, o conhecimento e a
reflexão das regras visando a atividades (reais) de recepção e produção.
O mesmo raciocínio é válido para as demais linguagens com as quais nos preocupamos na área.
Vejamos como exemplo a fotografia a seguir. Repare atentamente nos quadros que compõem o cenário:
· O que se vê na fotografia? Que ideias são possíveis de serem construídas.
· Faria diferença, na construção de sentido que o leitor pode construir na interpretação do texto como uma crítica irônica à arte, se fossem obras clássicas renascentistas, tais como Da Vinci ou Michelangelo?
Novamente, a compreensão dos códigos está a serviço de algo maior, a compreensão da própria linguagem e das intenções comunicativas do texto realizado como discurso.
Finalmente, vale lembrar que fazem parte da área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias as disciplinas de Língua Portugues, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física e Artes.
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