10 de maio de 2013

O APRENDIZADO DE AMAR O CORPO




Muitos se sentem incomodados com o seu corpo. Alguns por considerá-lo feio: muito alto, muito baixo, muito gordo, muito magro... Outros por uma sensação de nojo, como se no corpo morasse o erro e o pecado. Ainda há aqueles que, na direção oposta, são obsessivos com o seu corpo, vivem quase que unicamente para ele, idolatram-no como se ele fosse um deus.

Somos mais do que o nosso corpo, mas nada somos sem ele. O corpo não somos nós, mas sem ele não vivemos. Nem ele vive sem nós. Sem dúvidas, o nosso corpo é dom de Deus. O nosso e o dos outros. Como dom de Deus, devemos amá-lo e protegê-lo, honrá-lo. Amar o próprio corpo, como qualquer forma de amor, é um constante aprendizado. Exige domínio de uma linguagem própria, de paciência e constância.

O corpo exige cuidados: ele precisa ser olhado com carinho e atenção. Ele solicita respeito. O desrespeito ao corpo, mais cedo ou mais tarde, cobrará um preço. E ele costuma cobrar caro, com juros. Quem não respeita os limites do corpo e o sobrecarrega, poderá até se dar bem momentaneamente, hoje, mas corre o risco de mais tarde vir a se queixar. O corpo se rebela, não gosta de excessos. Até a rotina excessiva é perigosa e casa o corpo.

Álcool de mais, açúcar de mais, gordura de mais... podem levar ao desequilíbrio do corpo. Assim como consideramos importante aprender a ler e a escrever, devemos aprender a comer, beber e nos vestirmos bem. Comer, beber e se vestir são atividades que, quando bem feitas, procuram o equilíbrio. É necessário promover uma educação do corpo na suas muitas dimensões.

Se o corpo anda rebelde, em batalha conosco, é conveniente procurar ajuda especializada. Conversar com um médico pode ser adequado. Conversar com Deus também. Uma ajuda não tira a outra, visto que foi Deus que permite que os médicos se preocupem com os corpos humanos e os inspira no desenvolvimento da medicina. Mas, há algo que apenas Deus pode cuidar em nós... e no nosso corpo.
Detestar e maltratar o corpo não é virtude. Ele não deve ser considerado
como o que de mais importante temos em nós, mas ele não deve ser deixado de lado, como se ele não tivesse valor. O nosso corpo é presente de Deus. Deus não nos daria um presente sem valor.

Ninguém deveria pegar seu carro para dirigir em uma estrada longa sem saber se esse carro tem gasolina, se os freios estão funcionando bem etc. Do mesmo modo, o nosso corpo pede atenção constante.

Colocar veneno no seu corpo,tal como ocorre com quem consome drogas, é um modo de desprezar-se e, desse modo, desprezar o seu corpo. É um modo de desamor. Onde há desprezo, falta o amor. Quem se droga, não se ama. O corpo não é uma lixeira. O exercício constante do amor afugenta o excesso, inclusive o desprezo com o corpo que leva ao consumo das drogas. O desprezo é um modo excessivo de desconsiderar-se. O ponto é o equilíbrio.

Alguns acham estranho orar a Deus sobre o seu corpo. Como se Deus apenas se interessasse com a nossa dimensão espiritual. O corpo é santuário da pessoa humana, que foi criada à imagem e semelhança de Deus. É apropriado orar a Deus pelo e sobre o nosso corpo.

Os católicos celebram a festa do Corpo do Filho de Deus, o Corpus Christi. Nessa ocasião celebra-se a fé no corpo glorioso de Jesus. Eis um motivo muito forte para amar o seu corpo e para ensinar a amar. Em consideração ao corpo santo de Cristo, que foi dado como resgate pelos nossos pecados, devemos alimentar um respeito santo pelo nosso próprio corpo.

Como educadores, devemos dar muito valor ao aprendizado envolvido em cuidar e respeitar o corpo, sabendo relacionar-se com ele adequadamente.


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